12 de outubro de 2010

Concordo plenamente com o que diz o Pr. Ciro Sanches...

12 de outubro: uma boa data para combater a malévola adultização precoce

A infância, cada vez mais curta, interfere na formação de uma pessoa

Neste Dia da Criança desejo abordar um assunto que muitos preferem evitar, o qual me incomoda profundamente: a adultização precoce. A infância, em nossos dias, está cada vez mais curta, e os infantes que não aproveitam essa fase acabarão tendo problemas em sua formação.

Surgiu, há alguns anos, no meio evangélico, uma nova “onda”: a dos animadores de auditório mirins. Eles são espalhafatosos, alguns usam suspensório, berram ao microfone, mandam o povo dizer isso e aquilo, pegar na mão do irmão, abraçá-lo, beliscá-lo, etc. Uns chegam até a usar bordões do tipo: “Pentecostal que não faz barulho tem defeito de fabricação”. E outros dão aqueles “aleluias” prolongados, como se fossem pôr as entranhas pela boca.
Queridos pais e pastores que têm apoiado essa nova modalidade de pregação (pregação?) infantil, dirijo-me aos irmãos com muito respeito e zelo da parte de Deus. É muito bom que as crianças louvem ao Senhor Jesus e preguem a Palavra de Deus em nossos templos. Mas, por favor, deixem os infantes viver essa linda fase da vida! Parem de se aproveitar das crianças para ganhar dinheiro! Vocês são pais ou empresários?

Será que a vida (vida?) do astro Michael Jackson, que não teve infância e sempre foi infeliz por causa disso, não lhes serviu de exemplo? A criança precisa brincar, aproveitar a infância, e não ser submetida a essa insana e agressiva adultização precoce, que já ocorre no mundo (atores, apresentadores e jogadores de futebol mirins, etc.), e agora surge com força entre nós!

Não estou contra os meninos pregadores. Nem contra as igrejas que, eventualmente, realizam cultos com a participação ativa dos infantes. Por graça de Deus, comecei a pregar muito cedo e me regozijo quando vejo crianças pregando a Palavra do Senhor. Mas alegro-me quando as vejo de fato pregando, naturalmente, com simplicidade, falando como criança, gesticulando como criança, reagindo como criança, sem esses trejeitos espalhafatosos dos pregadores malabaristas e animadores de auditório.

Deus criou todas as fases da vida, para que elas sejam vividas. O próprio apóstolo Paulo afirmou: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino...” (1 Co 13.11). E a chamada para ser pregador é um ato soberano de Deus (1 Tm 2.7; Mc 3.13). Se Ele quiser usar os pequeninos como pregadores do Evangelho, nada o impedirá, mas Ele fará isso no tempo certo. Não há necessidade de que sejam “fabricados” animadores de auditório mirins...

Que os pais resistam às influências do mundo (Rm 12.1,2), que a cada dia fazem o período infantil ficar mais curto, tirando dos infantes a inocência e a singeleza (cf. Mt 18.1-4). E que aqueles tenham consciência de que faz parte da boa formação de seus filhos contribuir para que eles vivam intensamente cada fase da vida, a começar pela infância.

Em Cristo,
Ciro Sanches Zibordi

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