17 de setembro de 2011


Criando os filhos no caminho de Deus – parte 17

Livro de Kathi Hudson - CPAD


Ajudando Seu Filho a Lidar com o Fracasso

Thomas Edison foi escarnecido por testar, sem sucesso, cerca de cinco mil materiais para realizar seu grande sonho: a lâmpada incandescente. "Você falhou cinco mil vezes", disse um crítico de sua época. "Eu não falhei", respondeu Edison. "Descobri cinco mil materiais que não funcionarão".
Thomas Edison sabia como lidar com as pessoas que percebiam seus fracassos. Imagino que você também precisaria ser muito bom para ver nos obstáculos oportunidades para um cientista ou pesquisador, não é? Mas, se não houvesse pessoas de grande visão como ele, que continuou tentando após muitos aparentes fracassos, faltariam-nos as tecnologias médicas necessárias e convenientes de hoje.
Esta lição ensina que o fracasso nos direciona para o sucesso quando aprendemos com nossos erros e continuamos tentando! É necessário muito esforço para que haja realização!
Zig Ziglar define muito bem:
A chave para o sucesso está em saber como tirar proveito dos fracassos.
Assistir ao fracasso dos filhos é um dos momentos mais difíceis para os pais. Ver aqueles olhinhos derrotados e ombros caídos é quase que fisicamente doloroso. Oh, isto pode causar muita tristeza!
É muito tentador e natural que tentemos proteger nossos filhos do fracasso: "Se pudessem ser bem-sucedidos em todas as suas tentativas"! Mas será que isto seria benéfico para a criança? Queremos que nossos filhos cresçam e tornem-se maduros; mas o fracasso é uma parte vital deste processo, por mais doloroso que pareça. Certamente, não precisamos ser causadores de derrotas para ajudar no crescimento de nossos filhos; eles encontrarão inúmeras dificuldades por si mesmos em sua jornada de vida.
Em Romanos 5.3 vemos o propósito do fracasso:
Podemos nos alegrar, igualmente, quando nos encontrarmos diante de problemas e lutas pois sabemos que tudo isto é bom para nós...
O versículo prossegue dizendo:
... e a paciência desenvolve em nós a força de caráter, e nos ajuda a confiar mais em Deus cada vez que a utilizamos, até que finalmente a nossa esperança e a nossa fé fiquem fortes e sólidas. (Rm 5.4, A Bíblia Viva)
Não é este o objetivo para nossos filhos? Que desenvolvam caráter interior, aprendam a confiar em Deus, desenvolvendo qualidades firmes e fortes como esperança e fé? Sinto muito, Paulo diz que o fracasso, as dificuldades e lutas constituem o primeiro passo deste processo de crescimento. Eu não gostaria que fosse assim, mas olhando para minha vida, posso assegurar a veracidade destas palavras.
Todos nós desejamos proteger nossos filhos das dificuldades, dores e frustrações. Mas algumas vezes, estes "negativos" são requisitos necessários para que ocorra o positivo. Privar nossos filhos de estabelecer um objetivo que não estão aptos a alcançar, em um esforço para protegê-los do fracasso, pode não ser um favor para eles.
Momentos difíceis desenvolvem o caráter, isto é o que nos mantêm firmes.
Curiosamente, evitar o fracasso é uma de minhas maiores falhas de caráter. Apesar do encorajamento de meus pais, nunca tentei ser representante de classe, tinha medo de não conseguir. Cheguei até mesmo a deixar por algum tempo o meu ministério para não tentar ser uma escritora, porque temia a falha.
É claro que eu nunca contei este medo. Sempre fiz uma lista de razões lógicas para justificar minhas atitudes. Porém, lá no fundo eu queria tentar, mas era medrosa.
Ironicamente, minha irmã mais nova, Mandi, tenta todas as coisas. Ela não tem medo de falhar. Já a vi muito triste quando perdeu uma eleição para representante de classe (acho que foi na quinta série). Mas, recuperou-se do fracasso e continuou tentando outras coisas. Ela pratica três tipos de esporte e compete em caça montada e torneios de salto a cavalo.
Será que as derrotas de Mandi, mesmo na mais tenra idade, quebraram sua confiança? Não. De alguma forma elas a encorajaram. Ela tem confiança e aceita os desafios ao invés de evitá-los. Aos 13 anos, Mandi desistiu de montar um cavalo na corrida do campeonato, para aceitar o desafio de treinar um cavalo mais velho e destreinado. Após oito meses de muito trabalho e perseverança, ela conseguiu apresentar o animal no campeonato. Enfrentar os desafios corajosamente tem ajudado Mandi a desenvolver um caráter forte, maravilhoso, cheio de esperança e fé.
A minha evasão do fracasso proporcionaram-me alguma confiança? (Posso dizer que nunca realmente falhei, pelo nada que tentei!) Não. Na verdade, talvez eu me sinta mais uma fracassada por nunca tentar. Até hoje, ainda luto com a confiança! Mas agora ouso tentar coisas novas, pois Deus tem me dado coragem para vencer meus medos. Apóio-me no versículo:
E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. (2 Cr 12.9)
Nossas falhas e fraquezas são a oportunidade perfeita para que as forças de Cristo brilhem através de nós pelo seu poder. Que encorajadora verdade! Não precisamos ter medo.
Teddy Roosevelt sabia disto ao dizer:
O crédito pertence ao homem que está realmente na arena; cuja face encontra-se banhada de pó e suor; que esforça-se corajosamente; que falha e pode falhar inúmeras vezes, pois não há esforço sem erro ou derrotas.
Sempre pensei: "Por que Deus nos anima a seguir certa direção que nos levará ao fracasso"? Deus não retira todas as dificuldades de nossas vidas. Na verdade, algumas vezes nos conduz até elas. Isto acontece, pois Ele é um Pai amoroso que deseja o nosso crescimento e sabe que o ato de tentar e falhar, arriscando-se novamente, é um processo de crescimento espiritual e desenvolvimento de caráter. Através deste processo natural, tornamo-nos conformes à vontade de Deus.
O mesmo aplica-se aos nossos filhos. Seu caráter cresce durante as adversidades. Se forem superprotegidos, tornar-se-ão superdependentes e fracos, não conseguindo agir por si mesmos.
Assim sendo, qual é a lição para os pais ao seguirem o exemplo de nosso Pai celestial? Vejamos:
Devemos permitir que nossas crianças falhem. Se suprimirmos este processo, estaremos impedindo seu crescimento.
Lembre à criança que o fracasso não faz dela uma fracassada. Todos falham em algumas tentativas.
Devemos estar sempre presentes para "juntar os pedaços", encorajando nossos filhos através de suas falhas. Podemos fazer isto contando a história de Thomas Edison ou citando de Teddy Roosevelt. Conte ao seu filho sobre os muitos fracassos vividos pelas pessoas que ele conhece e são um grande sucesso. Enfoque a experiência do aprendizado positivo que ocorre durante tais situações.
Ajude seu filho a desenvolver esperança e fé através do fracasso. Compartilhe as afirmações do Senhor com ele ou ela.
Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor os livra de todas. Ele lhe guarda todos os seus ossos; nem sequer um deles se quebra. (SL 34.19,20)
Ninguém pode roubar nossa vida eterna, ainda que nos mate!
Felizes aqueles que são perseguidos por serem justos, pois o Reino dos Céus é deles. (Mt 5.10)
Ajude seu filho a ver as falhas como um obstáculo a vencer; um desafio. Seja também realista.
Resista à tentação de culpar outra pessoa ou circunstância. Isto ensina à criança que a falha é inaceitável. Faça com que a verdade prevaleça; ajude-lhe a superar o problema e prosseguir rumo a novas realizações.
Ajude-o a lembrar que a alegria, a experiência e o aprendizado ocorrem durante o processo de tentativa, não através da vitória.
O trabalho de meu marido como terapeuta físico ilustra J o caminho necessário para que possamos orquestrar os sucessos de nossos filhos e permitir que lidem com o fracasso. Quando Tim vê um paciente na unidade de reabilitação do hospital, ele se concentra em conseguir sucessos pequenos e constantes para que o paciente possa desenvolver esperança e confiança de que conseguirá se J recuperar do seu ferimento ou debilitação.
Entretanto, ao encontrar Tim no departamento de reabilitação, o paciente encontra-se em um estágio completamente diferente do processo. O paciente está aprendendo novamente como funciona o "mundo real" e precisa se conscientizar que haverão algumas falhas e vitórias. Quando o paciente falha em uma tentativa, ele percebe que precisa vencer as fraquezas e estar motivado a tentar com todas as . forças. Durante o processo para vencer os obstáculos, o paciente desenvolve uma confiança real em sua potencialidade, ao invés de carregar expectativas pouco realistas de que haverão somente sucessos.
O mesmo aplica-se às crianças. Elas precisam experimentar o sucesso, e os pais podem ajudá-las a encontrar situações onde estejam mais propensas a alcançá-lo. Isto as ajudará a construir um senso de confiança, mas a coragem genuína será estabelecida através da transposição de obstáculos: o triunfo sobre a derrota. Assim, não devemos impedi-las de experimentar tais desafios.
Vencendo o Medo
A coragem espanta o medo. Quando somos medrosos e não servimos ao Senhor corretamente, perdemos muitas bênçãos. Por exemplo, Deus concedeu aos israelitas a Terra Prometida, "de onde emana leite e mel". Certamente, eles ansiavam este paraíso após a escravidão no Egito. Todavia, eles foram terrivelmente intimidados pelas histórias sobre gigantes que habitavam a terra, assim perderam a coragem de obedecer ao Senhor e entrar em seu paraíso. Ao invés de receber coragem da parte de Deus, eles permitiram que o medo os vencesse. Faltou-lhes a fé e, por isso, foram sentenciados com mais quarenta anos de peregrinação pelo deserto.
Por que a Bíblia contém tantas descrições detalhadas sobre a história judaica? Por que até mesmo suas derrotas são cuidadosamente registradas? Em grande parte, para que possamos aprender com o passado.
Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança. (Rm 15.4)
Somos sábios para aprender com estes exemplos e não cometermos os mesmos enganos. O desejo de Deus é o testemunho de sua glória e vitória, para nos encorajar a obedecê-lo hoje e viver uma vida de sucesso.
Muitas vezes, enfrentamos situações que nos intimidam. Uma ameaça física, como os leões enfrentados por Daniel, pode ser aterrorizante. Porém, uma ameaça emocional pode causar o mesmo efeito; como Deus pedindo que façamos algo fora de nosso ambiente de conforto. Para alguns, isto pode ser uma experiência como falar em público ou ensinar. Para outros, pode ser a paternidade, a reentrada no mercado de trabalho ou, até mesmo, o auxílio na ocasião em que um parente próximo morre.
Moisés enfrentou este dilema quando Deus o escolheu para guiar os israelitas:
Moisés continuou teimando. Disse ele: "Ah! Senhor! Nunca fui bom para falar. Nem antes, nem depois que o Senhor falou comigo, pois sou lerdo para falar". "Quem faz a boca dos homens?" disse o Senhor. "Quem faz com que o homem fale ou não fale, veja ou não veja, escute ou não escute? Não sou Eu — o Senhor? Agora vá. Eu farei com que você fale bem, e direi o que você terá de falar. (Êx 4.10-12, A Bíblia Viva)
Talvez você, como eu, já tenha tido uma discussão similar com o Senhor. Escrever era um desafio para mim. Eu perguntava constantemente ao Senhor: "Por que eu? Não sei bem o suficiente. Não sou ninguém". E o Senhor dizia: "Obedeça-me".
Após ter trabalhado durante aproximadamente seis anos na Citizens for Excellence in Education, ocupando diversos cargos, fui apresentada a um novo gerente geral. Uma vez que eu havia escrito alguns roteiros e alguns livros de exercícios para o rádio, ele decidiu que eu deveria pesquisar e escrever em tempo integral. Ele era um homem de Deus que tentava posicionar todos os membros da empresa para utilizar os dons que o Senhor lhes havia concedido.
Resisti a este chamado. Na verdade, decidi deixar o ministério por um tempo e tentar voar com minhas próprias asas no mundo "real". Trabalhei para uma companhia de investimentos durante alguns meses até ser chamada por Deus para retornar à CEE. Eu disse ao gerente que retornaria sob uma condição: não escrever. Eu tinha medo de falhar nesta área. Assim, trabalhei em outras responsabilidades, cuidando de eventos e gerenciamento.
Finalmente, Deus falou de maneira tão clara para que eu escrevesse que me deixou sem escolha. Para minha surpresa, Ele tem usado de maneira maravilhosa os materiais que produzo (com muita ajuda do Espírito Santo).
Até hoje fico atônita e ainda sinto-me insegura com relação a esta habilidade, porém, preciso apenas obedecer ao Senhor, pois Ele tem me chamado para ser uma escritora.
Particularmente, não aprecio muito escrever e, certamente, não vejo isto como uma habilidade natural. Posso pensar em muitas outras maneiras que preferiria servir ao Senhor. Mas cheguei à conclusão, assim como Moisés e Jonas, que Deus conhece melhor do que nós o que precisa ser feito. E Ele nos chama de acordo com seu plano, independente de nossos desejos.
Nosso trabalho como servos do Todo-poderoso não é avaliar suas ordens, mas obedecê-lo.
Deus pode nos usar em determinada área onde pensamos ser fracos. Talvez isto nos assegure de que não somos controlados por nosso próprio ego, mas forçados a depender da direção do seu Santo Espírito (para sermos servos). Uma outra forma pela qual Deus nos treina e nos faz "crescer" é quando estendemos nossa zona de conforto e serviço. Não obedecer é perder a oportunidade de servir ao Senhor.
Por temer o fracasso, podemos falhar em usar os dons que o Senhor nos tem dado, portanto somos advertidos em 1 Timóteo 4.14 a não negligenciar. Ao contrário, devemos dar um passo de fé e agir.
Deus nos habilitará para fazermos a sua vontade, dando-nos coragem se lhe obedecermos com fé.
Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação. (2 Tm 1.7)
Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te esforço, eu te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça. (Is 41.10)
Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: não temas, que eu te ajudo. (Is 41.13)
Da próxima vez em que sentir medo ou for desafiado a obedecer a Deus, agindo fora de sua zona de conforto, pense que Ele está segurando sua mão direita e dando-lhe forças. Lembre-se dos versículos de encorajamento que Deus tem lhe dado.
A coragem virá através da nossa fé. E o Senhor será fiel. Em Mateus 9.22, uma mulher de grande fé acreditou que se tão-somente tocasse nas vestes de Jesus, ela seria curada, e Jesus disse-lhe: "Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou. E, imediatamente a mulher ficou sã". Podemos sempre ter coragem, sabendo que o Senhor está no controle de todas as coisas. A fé em Jesus é a fonte de nossa coragem.

Trazendo-a para Casa
Aplicando os princípios de Deus: favor consultar o capítulo 2, para idéias e atividades sobre a elaboração da Noite Familiar.
Abertura: O que é derrota? Cite alguns exemplos. A derrota é boa ou ruim? Devemos evitá-la?
Escrituras: Lucas 22.54-62.
Discussão: Pedro, um dos amigos mais íntimos de Jesus, cometeu uma grande falha. Como isto aconteceu? Como sua falha foi usada para torná-lo um grande sucesso? (Como o fato de lembrar as palavras de Jesus afetou sua vida? Qual foi o grau do seu comprometimento no ministério?) Como Cristo usará nossas fraquezas ao falharmos? De que maneira Ele é a nossa força?
Aplicação:
1. Cada pessoa pensa em uma falha cometida e expõem-na à família.
2. Juntos, discutam sobre como esta "falha" consistiu em uma experiência de aprendizado para conduzir esta pessoa ao sucesso. O que aprendeu com a experiência? Se esta falha aconteceu recentemente, vocês podem discutir como ela pode usar a fraqueza para crescer.
3. Que traços característicos foram desenvolvidos através desta falha? Como podem ser usados no futuro?

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