20 de setembro de 2011


Criando os filhos no caminho de Deus – parte 19

Livro de Kathi Hudson - CPAD


Autocontrole Responsável

Os Estados Unidos baseiam-se no princípio do auto-governo, no qual cada pessoa governa suas próprias ações.
Estabelecemos o futuro da civilização americana, não sobre o poder do governo, longe disto. Estabelecemos o futuro de todas as instituições políticas sobre a capacidade humana de autocontrole; sobre a capacidade de cada um e de todos nós governarmos a nós mesmos de acordo com os Dez Mandamentos de Deus. (James Madison, "o pai da constituição")
Não seria maravilhoso se pudéssemos fazer com que nossa família agisse desta forma (de maneira mais eficiente que os EUA, é claro)! De fato, esta é maneira como o povo de Deus deve agir, pois cada um é responsável perante o Senhor pelos seus comportamentos e escolhas. Definitivamente, somos responsáveis por todas as coisas que acontecem em nossas vidas.

Autocontrole
Deus nos dá talentos e habilidades para desenvolvermos e usarmos, sem desperdícios. Ele dirige minha vida, mas sou responsável pelo gerenciamento dela. Temos a liberdade de escolher obedecer ou não. Porém, nosso objetivo é treinar nossos filhos para escolherem obedecer ao Senhor.
Como mencionado por James Madison, o sucesso de nosso país depende da habilidade de autocontrole de cada cidadão e do seu sucesso individual. O autocontrole é a chave para realizar qualquer coisa.
Deus deseja que sejamos bem-sucedidos. Ele nos deu seu Espírito, a fim de assegurar nosso sucesso e nos habilitar em sua vontade, tornando-nos aptos a produzir frutos e sermos sal e luz neste mundo.
Deus nos concedeu a capacidade de sermos bem-sucedidos ao vivermos nossa vida para Ele. E cada um de nós é responsável por suas escolhas, decisões e compromissos no trabalho do Senhor, tirando o melhor proveito da vida que Ele nos deu.
Quando uma criança auto-controla sua vida de maneira responsável e procura objetivos ou algo que possa fazer, ela terá uma atitude positiva dizendo: "Eu posso!"; "Eu conseguirei!"; "Eu fiz"!
Cada pessoa precisa estabelecer seus próprios objetivos, planos e ser persistente em suas ações; em outras palavras, cada uma delas precisa gerenciar o curso de sua vida. Somos administradores de nosso tempo na Terra, assim como administradores de nossas finanças. Deus as controla; nós as gerenciamos. Deus coloca em nós o desejo de realizar, e Ele espera que o coloquemos em prol de sua obra.
O auto-gerenciamento é um conceito que as crianças devem dominar, uma vez que ele é a chave para realizar qualquer coisa.
Nunca é muito cedo ou muito tarde para iniciar o auto-gerenciamento com seus filhos. Ele os habilitará a ter uma iniciativa e responsabilidade para dirigir suas vidas.
É importante também que as crianças aprendam o auto-gerenciamento sob a direção de Deus, pois sabemos que Ele tem um plano para cada um de nós. O Senhor também estabelece padrões e possui bênçãos para nossas vidas. É responsabilidade de cada um de nós, sob a direção de Deus, gerenciar-nos, comprometendo nosso caminho com Ele. Precisamos permitir que seu Espírito e sua Palavra dirijam nossas decisões, comprometimentos e ações, trazendo-nos o sucesso.
A autodisciplina permite que eu sinta uma sensação de controle sobre minha vida e a gerencie de maneira eficiente e efetiva. Mas preciso sempre ter em mente que meu auto-gerenciamento e minha autodisciplina são secundários ao gerenciamento de Deus. Uso isto apenas como uma ferramenta para ser mais eficiente em obedecê-lo. Preciso submeter meus objetivos, planos e desejos à sua vontade.
Podemos ensinar aos nossos filhos estes pontos ao ajudá-los a compreender que Deus nos governa. Gerenciamos nossas vidas; somos responsáveis perante Ele. Estas duas verdades estão ligadas pelo nosso relacionamento pessoal com o Senhor através de seu Filho, Jesus Cristo. Por causa de Cristo, temos harmonia com Deus e podemos nos comunicar com Ele. Este é um relacionamento marcado pela harmonia, acordo e conformidade.

Encorajando Seu Filho a Ser Responsável
À medida em que a criança aprende a gerenciar sua vida sob a autoridade de Deus, ela entende que precisa estabelecer compromissos com relação ao que Deus lhe tem dado em todas as áreas. Ela aprende que sua responsabilidade é a sua resposta às habilidades dadas por Deus. Cada pai gostaria de ver seu filho responsável, mas como podemos encorajar o desenvolvimento desta característica em nossos filhos?
A responsabilidade é cultivada através do estabelecimento de objetivos e realizações. A criança precisa cruzar a ponte da disciplina externa para a interna.
A disciplina externa influencia claramente a vida das crianças quando provém dos pais, professores, igrejas e leis do país. Elas aprendem a seguir as regras com o risco de serem punidas de alguma forma ou em um esforço para "fazerem o que quiserem". A disciplina interna é um pouco mais difícil para ser cultivada, pois a criança precisa desenvolver responsabilidades interiores. A disciplina interna é guiada por desejos, planos e compromissos.
A expectativa paternal é importante, pois ajuda a criança no desenvolvimento da autodisciplina. As crianças aprendem melhor sobre responsabilidade quando precisam agir de maneira responsável. Isto é treinamento, não apenas ensino! Se não for necessário que a criança aja com esta capacidade de entendimento e alcance os objetivos estabelecidos, ela provavelmente não agirá desta forma.
Os filhos precisam ser mais lembrados do que mandados.
Tendo uma vez ensinado o que é esperado deles, os ensinamentos adicionais tornam-se desnecessários. Entretanto, o treinamento ainda é indispensável e acontece efetivamente quando lembramo-lhes das nossas expectativas. Eis algumas idéias para ajudá-los a lembrar suas responsabilidades sem aborrecê-los:
Colocando um quadro de notas na porta do quarto deles. Coloque notas de encorajamento e afirmação, bem como lembretes.
Ajude seus filhos a desenvolver uma lista de objetivos e liste os passos necessários para alcançá-los. Use esta lista como lembrete e risque os itens completos para ajudá-los a sentir-se realizado (ou coloque estrelas douradas em frente aos itens).
Dê a cada filho um calendário grande, para que seja pendurado próximo à sua escrivaninha.
Dê a cada filho um calendário de bolso para registrar compromissos.
Ensine seu filho a sempre olhar para trás ao sair de um lugar e perguntar-se: "Será que estou esquecendo alguma coisa?"

Ajudando Seu Filho a Estabelecer Objetivos
Aprender a estabelecer objetivos habilitará seu filho a ser mais autodisciplinado e viver sua vida com mais qualidade. É necessário que as crianças aprendam a ser responsáveis por suas habilidades dadas por Deus. Ao estabelecer objetivos em todas as áreas da vida, a criança pode enfocar as prioridades e avaliar sua direção, baseando-se na orientação e vontade de Deus.
Os objetivos são importantes para o aprendizado da autodisciplina, bem como para uma vida autodisciplinada. Eis alguns importantes benefícios que seus filhos receberão ao tornarem-se mais responsáveis e aprenderem a auto-disciplina, traçando objetivos para suas vidas:
Eles traduzirão os propósitos e valores de Deus para o quotidiano.
Eles aprenderão a ter iniciativa.
Eles aprenderão a ser responsáveis.
Eles aprenderão a ter êxito dia após dia.
Eles aprenderão como lidar com os obstáculos e revezes.
Eles adquirirão um senso de poder e governo (força através do Senhor e controle submisso à sua orientação).
Eles aprenderão as habilidades organizacionais necessárias para a realização dos seus objetivos.
Eles aprenderão habilidades de liderança.
Os objetivos podem ser traçados para crianças de qualquer idade. Para os mais pequeninos, os objetivos podem incluir escovar os dentes ou recolher os brinquedos. Para crianças mais velhas, os objetivos incluem terminar a lição de casa e lavar o carro.
Os pais podem listar os objetivos, dividindo-os em seções:
''Como cuido de mim mesmo" (exemplos: escovo os dentes, lavo o rosto, as mãos e ganho dinheiro).
"Como cuido de minhas coisas" (exemplos: arrumo a cama, guardo os brinquedos, penduro as roupas, faço a lição de casa).
"Como ajudo os outros" (exemplos: arrumo e limpo a mesa, coloco o lixo para fora, varro a casa, ajudo a lavar os pratos e alimento o cão).
Quando a criança tiver acumulado um certo número de realizações, os pais podem reforçar as realizações dos objetivos através de recompensas externas como um passeio ao parque, um pequeno brinquedo ou uma refeição favorita. Entretanto, estudos têm demonstrado que quando as recompensas externas são utilizadas:
A recompensa deve ser a menor possível.
Ela deve ser usada apenas enquanto a atividade estiver sendo monitorada (um garoto de sete ou três anos não deve ser recompensado por escovar os dentes).
As recompensas causam melhor efeito se inesperadas e não ansiadas como um suborno.
O uso de recompensas externas pode ser útil, (as empresas costumam usá-las para motivar seus empregados todo o tempo!) A primeira impressão que causam à criança é a representação de aprovação, como um tapinha nas costas. Mas se eu der muita ênfase às recompensas externas, elas podem ter efeito contrário: fazer com que meus filhos trabalhem apenas quando oferecida uma recompensa.
A teoria das recompensas externas é baseada nos estudos psicológicos de Pavlov sobre a manipulação de animais, o que pessoalmente acho desastroso, embora muitos cristãos conhecidos e experts em paternidade aprovem a técnica. Precisamos nos lembrar que nossos filhos não são animais; eles são capazes de um raciocínio muito mais complexo.
Pessoalmente, acho melhor usar recompensas externas inesperadas, como uma refeição favorita, uma palavra de apreciação, um abraço ou um sincero tapinha nas costas. Seus amorosos lembretes podem causar uma forma mais efetiva de recompensa: a intrínseca. Ajude seu filho a ficar atento a:
Seu senso de realização por completar a tarefa.
Seu senso de liberdade pelas responsabilidades cumpridas.
Recompensas naturais resultantes de suas ações e um sentimento interno agradável que delas provêm. Por exemplo: alguém ajudado, dinheiro ganho, a boa aparência do quarto arrumado, os pais satisfeitos com o desempenho da criança, não ter mais os pais "pegando no pé" etc.
É mais efetivo que a criança ajude no desenvolvimento de sua própria lista de objetivos. Eis alguns lembretes ao estabelecê-los:
Para estimular os pensamentos de seus filhos ao desenvolver seus objetivos, use os seguintes verbos: ir, fazer, ver, adquirir, aprender, ler, brincar, ser, ganhar, economizar, ajudar, dar e construir.
Os objetivos devem ser realistas. Ele ou ela deve acreditar que eles são possíveis de serem concretizados devido à experiência, idade e grau de confiança. Os objetivos tornam-se irreais quando não é dado tempo suficiente para alcançá-los e existem muitos objetivos a serem cumpridos de uma só vez, ou mesmo quando não há mais desejo de atingi-los.
Os objetivos precisam ser viáveis. Caso um objetivo pareça muito grande ou inviável, ajude seu filho a dividi-lo em "pequenas partes". Pode ser útil pensar sobre as fontes necessárias para alcançá-lo, obstáculos que podem ser vencidos e benefícios para atingi-lo.
Definir o objetivo de forma específica, com resultado e passos específicos para alcançá-lo. Os objetivos precisam ser relevantes, de interesse da criança. Ela precisa compreender por que deseja alcançá-los.
Os objetivos precisam estar de acordo com o plano de Deus. As crianças precisam ser ensinadas a agir de maneira responsável, não de acordo com seus próprios desejos. Ensine-as a orar sobre seus objetivos e pedir direção para seus planos.
Os objetivos precisam estar sempre submissos ao chamado de Deus. Algumas vezes, podemos estabelecer nossos objetivos, mas Deus pode decidir mudá-los; assim, precisamos ser flexíveis e sensíveis à sua direção. Entretanto, enquanto este pode ser um motivo válido, nunca deve ser usado como desculpa para objetivos não alcançados. Os objetivos devem ter prazos específicos para serem alcançados.
Os objetivos precisam ser dimensionáveis. Se a criança diz: "Serei melhor para meus amigos", como este objetivo pode ser medido para verificar se a criança obteve sucesso? Talvez, com menos brigas, ela não faça seu amigo chorar etc.

A Importância dos Objetivos Familiares
Como já aprendemos, o exemplo é a maneira mais eficiente de treinar nossos filhos. Uma forma de animar seu filho a estabelecer e alcançar seus objetivos é fixar metas familiares.
Ao início de cada ano, meu marido e eu estabelecemos alvos para nós individualmente e para nossa família. Cobrimos dez áreas mais importantes, incluindo a espiritual, financeira, matrimonial, saúde, o hobby, o desenvolvimento familiar, social, profissional, físico, o envolvimento com a obra de Deus e viagens. Começamos e, ao finalizarmos, dirigimos uma oração a Deus para que Ele nos orientasse quanto a estes objetivos e nos ajudasse a cumpri-los e mantê-los submissos à sua vontade.
Em cada uma destas áreas, estabelecemos apenas alguns objetivos mais importantes para o ano que iniciava. Alguns deles eram fáceis de colocar em prática imediatamente; por exemplo, retomar os estudos bíblicos das noites de quarta-feira em nossa igreja e fazer seguro de vida.
Outros objetivos precisavam ser divididos em pequenas partes. Por exemplo, estabelecemos o objetivo de liquidar algumas dívidas contraídas pela recente mudança. Isto requereu que avaliássemos nossa condição presente, nossas necessidades, e desenvolvêssemos um prazo realista, através de um orçamento que nos habilitasse a pagar estes custos.
Acredito que a família pode envolver-se em todos os objetivos familiares. Por exemplo, com relação ao casamento, decidimos reservar as noites de sexta-feira só para namorar. Enquanto este é um objetivo para nós, toda a família precisa aceitá-lo e se acostumar com ele. Ao fazer de nosso orçamento uma questão familiar, podemos ensinai o processo aos nossos filhos e a importância deste. Quando você estabelece objetivos familiares, seus filhos podem ficar tão entusiasmados que desejarão estabelecer seus próprios objetivos.
Logo, é importante rever os objetivos familiares semanalmente em horários específicos (talvez como parte da Noite Familiar ou durante uma determinada refeição). Isto ajuda a manter seus filhos firmes e a dar exemplos sobre as recompensas internas recebidas ao completar tais objetivos (não há recompensa externa para a maioria dos objetivos familiares alcançados).
Os objetivos familiares podem ser divertidos e uma ótima experiência de aprendizado. Apenas uma nota de precaução: os pais precisam ser responsáveis para alcançá-los. Estas não são decisões de Ano Novo para serem descartadas em poucas semanas. Se você falhar em completar tais objetivos, estará dando a seus filhos o exemplo exatamente oposto à autodisciplina! Assim, os objetivos familiares são também um valioso mecanismo para os pais!
O sucesso ocorre quando nossas habilidades dadas por Deus são desempenhadas como motivação e autodisciplina. Estes três ingredientes são essenciais para o sucesso. Qualquer pessoa com todas as habilidades do mundo poderá nunca ter um sucesso cristão, se não usá-lo de maneira correta (possuir a motivação certa). Tampouco poderá ser um sucesso, mesmo que realmente queira fazer a vontade de Deus, se não possuir autodisciplina e responsabilidade para levar o plano a cabo.
Se desejamos que nossos filhos sejam bem-sucedidos, precisamos treiná-los bastante nestas três especialidades: autodisciplina, habilidades e talentos, motivação e obediência.

Trazendo-a para Casa
Aplicando os princípios de Deus: favor consultar o capítulo 2, para idéias e atividades sobre a elaboração da Noite Familiar.
Abertura: Por que você deve desenvolver responsabilidade e autodisciplina?
Escrituras: 1 Coríntios 9.24-27.
Discussão: A que corrida esta passagem está se referindo? Uma vez que Paulo declara não correr "como a coisa incerta", qual é o objetivo para alcançar a linha de chegada desta corrida? O que significa fazer de seu corpo um escravo de seus esforços, ao invés de escravo dos desejos de seu corpo?
Aplicação:
1. Compare esta passagem às competições esportivas ou concursos dos quais seu filho tenha participado. Que preparação e autodisciplina foi necessária para o sucesso?
2. Qual é o preço oferecido nestas competições? Confronte-o com a coroa eterna a qual Paulo se refere. Qual deles é mais valioso?
3. Cada criança escolhe um objetivo para a semana. Divida-o em pequenas partes. Qual será a recompensa? (Compare as recompensas intrínsecas à coroa eterna ilustrada por Paulo.)

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