8 de agosto de 2011

7- UMA ESCOLHA SOBERANA, UM AMOR INCONDICIONAL


(Gn 28.10-17; 32.22-30; 35.1-7)

Não escolhemos Deus; é Ele Quem nos escolhe. Não fomos nós que amamos Deus primeiro; foi Ele Quem nos amou com amor eterno e nos atraiu para Si com cordas de amor. Antes dos tempos eternos, Deus já nos conhecia, nos amava e tinha afeição por nós. A eleição é uma das verdades mais consoladoras das Escrituras. Jacó foi escolhido por Deus antes de nascer. O apóstolo Paulo diz:

... (pois não tendo os gêmeos ainda nascido, nem tendo praticado bem ou mal, para que o propósito de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), foi-lhe dito: O maior servirá o menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e aborreci a Esaú (Rm 9.11-13).

De us não escolheu Jacó por causa de seus privilégios legais. Ele não era o primogênito.
Deus não escolheu Jacó por causa de seu caráter. Ele era um mentiroso, um enganador.
Deus não escolheu Jacó por causa de suas obras ou méri¬tos. Ele ainda nem havia nascido, quando Deus o escolheu.
Na verdade, a eleição é incondicional. O apóstolo Paulo diz que Deus "nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos" (2Tm 1.9).
A Bíblia diz que a eleição divina é:
1) eterna;
2) soberana;
3) livre;
4) incondicional;
5) graciosa;
6) cristocêntrica.

Não fomos eleitos por causa de nossas boas obras, mas para as boas obras. As obras não são a causa, mas a conseqüência de nossa eleição (Ef 2.10).
Não fomos eleitos por causa de nossa santidade, mas para a santidade (Ef 1.4).
Não fomos eleitos por causa de nossa fé, mas para a fé (At 13.48).
Não fomos eleitos por causa de nossa obediência, mas para a obediência (lPe 1.2).
Não fomos eleitos porque elegemos Deus. Foi ele Quem nos escolheu (Jo 15.16).
Não fomos eleitos porque amamos Deus. Foi ele Quem nos amou primeiro.
Essa gloriosa doutrina da eleição divina, que faz resplandecer em nosso coração a luz bendita do amor incondicional de Deus, é vista de forma eloqüente na vida de Jacó.
Quatro lições podem ser aqui destacadas:
Em primeiro lugar, Deus escolhe soberanamente. Jacó foi escolhido antes de nascer. A causa do amor eletivo de Deus é um sublime mistério. Jacó não tinha em si mesmo razões que pudesse despertar o prazer de Deus. Mas, mesmo assim, Deus o escolheu. Assim, também, Deus nos escolheu, mesmo sendo nós pecadores. Nosso amor é sempre justificado pelo objeto amado. Amamos porque quem ou o que amamos atrai nosso amor. Mas a causa do amor de Deus não está no objeto amado; em Si mesmo. Ele ama porque é amor. Ele é capaz de amar infinitamente os objetos de sua própria ira (Ef 2.3,4). Deus prova Seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm5.8).
Em segundo lugar, Deus abençoa incompreensivelmente. Jacó fugia de sua casa depois de ter mentido para seu pai, traído seu irmão e blasfemado contra Deus. Em vez de destruí-lo, Deus o abençoa e lhe faz promessas gloriosas em Betel. Assim, também, Deus não nos trata segundo nossos pecados, mas consoante Sua grandiosa misericórdia.
Em terceiro lugar, Deus salva miraculosamente. Vinte anos depois de Betel, Jacó volta para sua terra. E um homem rico, mas ainda não convertido. É um patriarca bem-sucedido, mas ainda sem um encontro transformador com o Deus vivo. O mesmo Deus que tomara a iniciativa de abençoá-lo em Betel, agora toma a iniciativa para salvá-lo em Peniel. Aqueles a quem Deus predestina, Deus chama; aqueles a quem Deus chama, Deus justifica; aqueles a quem Deus justiça, Deus glorifica (Rm 8.30).
Em quarto lugar, Deus restaura graciosamente. Mesmo depois de salvo, Jacó tropeça e desobedece a Deus. Em vez de r para Betel, ele foi para Siquém e ali armou sua tenda. Sua atitude foi a mesma de Ló indo para Sodoma. A disciplina e Deus não tardou. Sua família foi desonrada em Siquém. Uma tragédia desabou sobre a vida de Jacó. Seus filhos praticaram uma chacina em Siquém, para lavar a honra a irmã que tinha sido desonrada pelo príncipe daquela erra. Jacó e sua família estavam agora debaixo de opróbrio sob terrível ameaça. Deus, porém, mais uma vez toma a iniciativa. O mesmo Deus que abençoa e salva é também o Deus que restaura. Deus lhe aparece e diz: "Sobe para Betel". E em Betel Jacó foi restaurado. Vejamos, na vida de Jacó, três capítulos fundamentais:

Betel, o lugar onde Jacó conhece o Deus de seus pais (Gn 28.13)
Jacó era um eleito de Deus, mas ainda não conhecia o Senhor pessoalmente. Ele ainda estava na estrada da fuga. Jacó era um eleito, mas não confiava na providência divina, por isso, em vez de confrontar seu pai acerca do propósito de Deus, mente para ele acerca de seu nome (Gn 27.18-19); da comida (Gn 27.19); de Deus (Gn 27.20); de sua identidade e de seu amor (Gn 27.24-27).
Jacó se tornou um enganador, um mentiroso, um falsário, um retrato de seu nome. Ele lidava com as coisas de Deus, mas sem o temor a Deus. Ele era um patriarca, mas não conhecia Deus pessoalmente. Uma coisa é crescer na igreja, pertencer a um lar cristão, ler a Bíblia e ser membro da igreja; outra coisa é ser nova criatura. Ninguém entra no céu por ser filho de crente, por ter nome de crente. Somente aqueles que nascem de novo, que nascem da água e do Espírito, podem ver e entrar no Reino de Deus (Jo 3.3,5).
Quando Deus apareceu a Jacó em Betel, disse-lhe: "Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque..." (Gn 28.13). Deus não lhe disse: "Eu sou o teu Deus". Deus, até esse momento, não era o Deus de Jacó. O conhecimento de Jacó acerca de Deus era apenas teórico. Ele tinha apenas uma fé intelectual. Essa é uma fé morta. Tiago fala de três níveis de fé:
1) a fé morta — racional;
2) a fé dos demônios — racional e emocional;
3) a fé salvadora — uma fé viva que produz obras.

Oh! Terrível possibilidade: a de Deus ser apenas o Deus dos nossos pais, e não o Deus da nossa vida! Deus toma a iniciativa e revela-Se a Jacó, fazendo-lhe promessas grandiosas:
Primeiro, Deus Se revela a ele, dizendo-lhe que está perto dele (Gn 28.13,15). Jacó caminha solitário, com as emoções amassadas, com a alma perturbada, com um passado cheio de feridas e um futuro incerto. Mas, nessa jornada, tomou conhecimento de que, a despeito dos seus erros de percurso, Deus estava perto dele.
Segundo, os anjos de Deus o assistem (Gn 28.12). Jacó pensou que estava só e desamparado, mas Deus estava perto dele, e os anjos de Deus estavam ao seu redor para o assistirem. O anjo do Senhor acampa-se ao nosso redor. Os anjos são espíritos ministradores que nos assistem na caminhada da vida. Os anjos de Deus subiam e desciam a escada mística que ligava a terra ao céu. Note que os anjos não desciam e subiam, mas subiam e desciam. Eles já estavam na Terra. Eles já estavam assistindo Jacó em sua jornada.
Terceiro, Deus lhe promete proteção e direção (Gn 28.15). Jacó agora tem segurança na jornada e propósito de vida. Ele sabe que Deus é seu refúgio e também seu alvo. Jacó agora pode caminhar seguro debaixo das asas do Onipotente. Ele pode sentir-se seguro nos braços do Todo-poderoso. Ele sabe que o futuro com Deus não é mais incerto.
Quarto, Deus lhe promete bênçãos temporais (Gn 28.14,15). Deus promete a Jacó três coisas maravilhosas: prosperidade, descendência numerosa e descendência abençoada. Deus promete a Jacó riqueza e família numerosa e abençoada. Jacó, aliado a sua mãe, pensou que precisava ajudar Deus cumprir Sua promessa, mas Deus estava no controle de tudo. A aparente demora de Deus é apenas um recurso pedagógico. As promessas de Deus jamais podem cair por terra. Nenhuma força no céu, na terra ou debaixo da terra pode anular os desígnios de Deus. O que Deus promete, Ele cumpre. Mesmo quando nos tornamos infiéis, Deus permanece fiel. Jacó es¬tava fugindo, cabisbaixo, sob o fardo da culpa, mas Deus o encontra e faz-lhe promessas gloriosas.
Jacó acorda de seu sono, depois de ter aquela magnífica visão da escada e dos anjos e, ao ficar aturdido pela glória da visão, exclama: "Realmente o Senhor está neste lugar; e eu não sabia. [...] Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos céus". Deus está presente em todo lugar. Não há um centímetro de todo o Universo em que Deus não esteja presente. Mas, agora, Jacó tem uma visão da presença manifesta de Deus. Nem sempre Deus está presente dessa forma. A presença manifesta de Deus nos causa profundos abalos. Jacó despejou sua admiração numa fervente exclamação. Quando Moisés percebeu a presença manifesta de Deus no arbusto fumegante, no monte Sinai, ele se prostrou. Quando Isaías entrou no templo e viu a presença manifesta de Deus, assentado num alto e sublime trono, ficou aterrado. Quando João viu o Senhor glorioso na ilha de Patmos, caiu aos seus pés. Quando Jacó despertou de seu sono, ele levantou ali um altar ao Senhor e deu àquele lugar o nome de Betel, casa de Deus.
Talvez você ainda esteja nesse estágio. Você tem visões da presença de Deus. Você levanta altares a Deus. Você sabe que esse lugar é a casa de Deus e a porta do céu. Você caminha sob a graça comum de Deus: prosperidade, família, segurança. Mas Deus ainda não é o Deus de sua salvação. Ele é apenas o Deus de seus pais.
Oh, você filho de pais crentes, você que nasceu num berço evangélico, você que conhece a casa de Deus, você já conhece o Deus da casa de Deus? Você já conhece Deus? Ele é o Deus de sua vida e o Deus da sua salvação?

Peniel, o lugar onde Jacó conheceu o Deus de sua salvação (Gn 32.30)
Jacó já lutara com seu irmão, com seu pai, com seu so¬gro; mas, agora, precisa lutar com Deus. E Deus Quem toma a iniciativa da luta. Jacó é um homem rico, próspero. Ele tem muitos filhos. As bênçãos da graça comum o alcançaram. As promessas de Deus feitas em Betel se cumpriram em sua vida. Ele sabe que Deus é bom. Mas Jacó ainda não é um homem salvo. A vida de Jacó nos revela duas importantes verdades:
Em primeiro lugar, a eleição de Jacó é incondicional. Deus ama Jacó, apesar de Jacó. Destaco cinco pontos que provam essa afirmativa.
Primeiro, Deus escolheu Jacó antes de ele nascer (Gn 25.32; Ml 1.2; Rm 9.11). A escolha divina não é temporal, mas eterna (2Tm 1.9). Deus nos escolheu na eternidade, an¬tes da fundação do mundo (Ef 1.4). Nossa salvação foi plane¬jada na eternidade. Não foi um plano traçado de última hora. Antes de Deus lançar os fundamentos da Terra, ele já nos havia conhecido, amado e predestinado para sermos seme¬lhantes a seu Filho (Rm 8.29,30).
Segundo, Deus amou Jacó, apesar de seus pecados (Gn 25.23). O nome de Jacó era um retrato de sua personalidade: Jacó significa enganador, mentiroso. Ele enganou seu pai e seu irmão. A despeito de quem ele era, Deus o escolheu. Mesmo Deus nos conhecendo como somos, ainda nos ama. Esse é um glorioso mistério! Não há nenhum mérito nosso que justifique o amor de Deus por nós. Nossos atos de justiça são, aos Seus olhos, como trapos de imundícia (Is 64.8). O homem sem Deus está morto, escravizado, depravado e condenado (Ef 2.1-3). O espantoso da graça de Deus é que Ele ama com amor eterno os filhos da ira. Ele aplacou Sua própria ira, sa¬tisfazendo Sua justiça no sacrifício perfeito e substitutivo do Seu Filho na cruz, para nos aceitar no Amado.
Terceiro, Deus tomou a iniciativa para salvar Jacó (Gn 32.24)- É o anjo que luta com Jacó, e não Jacó, com o anjo. A salvação começa em Deus e termina em Deus. Só podemos ir a Cristo, porque somos arrastados com cordas de amor. A luta no vau de Jaboque que culminou na salvação de Jacó não foi iniciada por ele. Ao contrário, ele resistiu bravamen¬te medindo força com força, poder com poder, destreza com destreza. Antes de nos curvarmos ao amor de Deus, precisamos ser dobrados pelo poder do Espírito Santo. A inclinação de nossa carne é inimizade contra Deus. Jamais daremos um passo na direção de Deus sem que Ele mesmo nos predisponha para isso. E Ele Quem opera em nós tanto o querer quanto o realizar.
Quarto, Deus não desistiu de Jacó, apesar de sua resistência (Gn 32.24,25). Oh! o que seria de nós se Deus se apartasse de nós, por causa da dureza de nosso coração, de nossa resistência à operação transformadora do Seu Espírito? Deus não abandonou Jacó na escuridão daquela noite, porque este, por um tempo, resistiu a ele. Deus não desiste de nós. Ele não abdica do direito que tem de nos conquistar com Seu amor.
Quinto, Deus feriu Jacó para não perdê-lo para sempre (Gn 32.25). Quem não vem pelo amor, vem pela dor. Deus moverá os céus e a Terra para salvar aqueles a quem Ele amou desde a eternidade. O sofrimento por si mesmo, porém, não pode nos conduzir a Deus. Se a graça não trouxer o homem aos pés de Cristo, ele não virá de outro modo. Entretanto, Deus, em Sua providência, usa o sofrimento para quebrar as barreiras e atrair os que são Dele a fim de que não pereçam eternamente.
Em segundo lugar, a eleição de Deus não é apenas incondicional, mas a graça de Deus também é irresistível. Deus salva Jacó, apesar da resistência de Jacó. Destaco quatro pontos aqui:
Primeiro, Jacó reconheceu sua necessidade de salvação (Gn 32.26). Ele se agarrou ao Senhor e disse: "Não te deixarei ir, se não me abençoares". Os olhos da alma de Jacó foram abertos para compreender que a maior necessidade de sua vida não era de riqueza nem mesmo de ter uma família numerosa e próspera, mas de ter Deus. Deus sem Jacó é Deus, mas Jacó sem Deus não é ninguém. Deus não precisa de nós, pois sempre e eternamente subsistiu como Deus perfeito em Si mesmo. Mas nós, sem Deus, somos um ser vazio, insatisfeito e incompleto.
Segundo, Jacó chorou buscando a transformação de sua vida (Os 12.4). O coração do velho Jacó agora se derrete. A resistência acaba. O homem endurecido se quebranta. Aquele que era crente apenas de nome, agora se dobra e chora diante de Deus. Quando uma criança entra no mundo, seu sinal de vida é o choro. O choro é sinal de vida. Quando um coração endurecido é quebrado, e quando os olhos da alma são abertos para a nova vida em Cristo, o choro do arrependimento sincero explode como sinal de genuína conversão.
Terceiro, Jacó confessou seu pecado a Deus (Gn 32.27). Deus lhe pergunta qual é o seu nome?. Quando seu pai lhe fez essa pergunta, Jacó mentiu dizendo que era Esaú. Agora, Deus lhe pergunta de novo. Não que o Senhor não soubesse o nome dele. Deus estava lhe dando a oportunidade para ele reconhecer o seu pecado, sua identidade. Ele, então, disse: "Jacó". Aquela não foi uma resposta, mas uma confissão. O nome Jacó significa enganador, suplantador. Ele era um re¬trato de seu próprio nome. Ninguém pode ser salvo antes de reconhecer que é pecador. Jesus Cristo não veio chamar justos, mas pecadores. O médico celestial não veio para os que se julgam sãos, mas para os enfermos. No céu, só entrarão os arrependidos, aqueles que reconhecem que carecem totalmente da graça de Deus.
Quarto, Jacó viu Deus face a face, e foi salvo (Gn 32.30). Não basta apenas ouvir falar de Deus; é preciso ver Deus face a face. E preciso ter uma experiência com Deus. Não basta
Deus ser o Deus de seus pais; ele precisa ser o Deus de sua vida, de sua experiência, de sua salvação. Em Peniel, Jacó encontrou-se com Deus e consigo mesmo, e sua vida foi salva. O supremo propósito da vida é ver Deus. O céu é a casa do Pai. O objetivo de Jesus é nos levar ao Pai. Quando o véu da incredulidade é removido de nosso rosto, e as escamas caem dos nossos olhos, então, pela fé, contemplamos a face sorri¬dente de Deus. Ele corre para nos abraçar e fazer uma grande festa pela nossa volta ao lar.

El-Betel, o lugar onde Jacó conheceu o Deus de sua restauração (Gn 35.7)
Duas verdades saltam aos nossos olhos, e quero aqui destacá-las:
Em primeiro lugar, os eleitos de Deus continuam sendo vasos de barro, sujeitos a serem quebrados (Gn 33.18). Os eleitos de Deus, muitas vezes, fraquejam, tropeçam e caem. Abraão mentiu no Egito, porque deixou de confiar na providência de Deus em relação ao nascimento do filho. Isaque mentiu na terra dos filisteus e deixou de confiar no plano de Deus para seus filhos.
Jacó desobedeceu a Deus, em vez de ir para Betel (Gn 28.15). Ele foi para Siquém. Armou suas tendas no mundo, como Ló o fizera em Sodoma. Quando deixamos de ouvir a voz de Deus, sentimos o chicote de Deus. Quando os filhos de Deus lhe desobedecem ficam debaixo da disciplina divina.
Siquém deixou de ser um lugar seguro para Jacó. Não há lugar seguro fora da vontade de Deus. Em Siquem, a família de Jacó foi desonrada (Gn 34.1-2,25-29).
Em Siquém, um desastre desaba sobre a família de Jacó. O patriarca está agora no fundo do poço (Gn 34.30): culpado, envergonhado, ameaçado.
NO ENTANTO, DEUS, MAIS UMA VEZ, TOMA A INICIATIVA. Deus aparece a Jacó e lhe abre uma porta, o caminho da restauração: Sobe a Betel!
Em segundo lugar, os eleitos de Deus sempre ouvem a voz de Deus para serem restaurados (Gn 35.1-7). Cinco fatos são dignos de nota aqui:
Primeiro, para ir a Betel, é preciso subir (Gn35.1). Deus é Quem toma a iniciativa novamente para restaurar Jacó. Subir exige esforço. Para subir, não se pode levar bagagem extra. Jacó precisa tirar o seu coração de Siquém e subir a Betel.
Segundo, para ir a Betel, é preciso romper com toda prática de pecado e impureza (Gn 35.2,4). Não podemos ter comunhão com Deus e com os ídolos ao mesmo tempo. Não podemos comparecer diante de Deus com mãos sujas nem com vestes contaminadas. "Se dissermos que temos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos, e não praticamos a verdade" (ljol.6).
Terceiro, para ir a Betel, é preciso determinação (Gn35.3). Jacó convoca seus filhos. Ele está determinado a romper com o pecado. Ele quer se levantar. Está disposto a levantar novamente um altar ao Deus que o socorreu em sua aflição e o acompanhou no caminho por onde andou.
Quarto, em Betel Jacó recebeu o livramento de Deus (Gn 35.5,6). Quando obedecemos a Deus, Ele Se torna o nosso escudo e proteção. Deus livrou Jacó e seus filhos de seus inimigos.
Quinto, em Betel Jacó foi restaurado por Deus (Gn 35.7). Jacó adora a Deus e levanta um altar: EL-BETEL. Agora, Jacó conhece não apenas a casa de Deus, mas o Deus da casa de Deus. Betel deixou de ser apenas um lugar sagrado, para ser um encontro com o Deus vivo. Não basta estar na casa de Deus; é preciso encontrar-se com Deus nessa casa. A palavra EL-BETEL significa "o Deus da casa de Deus", ou: "Eu te abençôo outra vez". Em El-Betel, Deus restaurou Jacó como restaurou Davi, Pedro e o filho pródigo. Deus disse a ele: Filho, a luta ainda não terminou, começaremos tudo de novo. Eu o abençôo outra vez.
O Deus que o escolheu não desiste de você. Aquele que começou a boa obra em você a completará até o dia final. Ainda que uma mãe pudesse esquecer-se de seu filho que ama-menta, Deus jamais Se esqueceria de você. Aqueles a quem Deus justifica, Ele também glorifica. Nada pode separar você do amor de Deus. Quando você cai, Ele o levanta e o abençoa de novo.
Deus não é apenas o Deus de seus pais, mas também o Deus de sua vida, o Deus de sua salvação e o Deus de sua restauração.

(capítulo 7 do livro QUATRO HOMENS, UM DESTINO - Hernandes Dias Lopes)

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