9 de agosto de 2011

8- UM HOMEM A QUEM DEUS NÃO DESISTE DE AMAR


(Gn 32.22-32; Os 12.3,4)

Quero ainda falar um pouco mais sobre Jacó. Quero explorar um pouco mais o segundo ponto do capítulo anterior, abordando esse assunto sob outra perspectiva. Quero continuar afirmando com todo o vigor que Deus não abre mão de você. O Seu amor por você é determinado, incansável, vencedor. Não depende de quem você é nem de como se comporta. O amor de Deus por você é eterno. A causa do amor de Deus por você não está em você, mas nEle mesmo. Não há nada que você possa fazer para Deus o amar mais nem nada que você possa fazer para Deus o amar menos. Deus ama você porque Ele é amor.
A vida de Jacó nos ilustra essa verdade de forma gloriosa.

Deus ama Jacó a despeito de Jacó
Destaco quatro verdades consoladoras aqui: Em primeiro lugar, Deus amou jacó antes deste o conhecer (Gn 25.32; Ml 1.2). O amor de Deus por você não é causado por fatores externos. Deus o amou e o escolheu de forma soberana e livre, independentemente de seus méritos. Deus disse a Rebeca: "E o mais velho servirá ao mais moço" (Gn 25:23).
Deus disse que Seu amor por Jacó era um amor incondicional. O profeta Malaquias escreve: "Eu vos tenho amado, diz o Senhor. Mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Acaso não era Esaú irmão de Jacó? diz o Senhor; todavia amei a Jacó, e aborreci a Esaú" (Ml 1.2,3). Deus nos escolheu em Cristo não por causa de nossas obras, mas para as boas obras; não porque éramos obedientes, mas para a obediência. Deus nos escolheu quando éramos pecadores, quando estávamos mortos. Ele colocou Seu coração em nós, antes mesmo da fundação do mundo, antes dos tempos eternos.
Em segundo lugar, Deus amou Jacó mesmo sem ele merecer (Gn 25.23). Jacó recebeu um nome que foi o espelho de sua personalidade: enganador, suplantador. Ele nasceu segurando no calcanhar do seu irmão. Ele aproveitou um momento de fraqueza de seu irmão para arrancar-lhe o direito de primogenitura. Ele aproveitou um momento de cegueira de seu pai para mentir para ele e se passar por Esaú. Ele mentiu em nome de Deus e roubou a bênção que Isaque intentava dar a Esaú. Jacó tinha um comportamento reprovável. Ele enganou, mentiu, traiu. Mas Deus, a despeito de quem Jacó era, o amou e continuou investindo em sua vida. Assim e o amor de Deus por nós. Ele nos ama, apesar de nós. Temos pecado contra ele, mas ele continua nos amando e investindo em nós.

Em terceiro lugar, Deus revelou-Se a Jacó a despeito de sua crise existencial (Gn 28.10-17). Jacó estava em crise. Ele mentira para o pai em nome de Deus. Tomara os destinos da sua vida em suas próprias mãos, duvidando do propósito do Senhor. Enganara seu irmão, Esaú. Agora, para salvar sua vida, precisa fugir. Deus toma a iniciativa e revela-Se a ele em Betel. Deus era o Deus de Abraão e de Isaque, mas ainda não era o Deus de Jacó. Deus faz promessas a Jacó, a despeito de Jacó ainda não conhecê-Lo pessoalmente. Deus promete es¬tar com ele, guardá-lo, ampará-lo. Jacó tem uma experiência profunda em Betel, casa de Deus, mas ainda não com Deus. Talvez você já tenha tido grandes experiências do poder de Deus. Talvez você já tenha tido experiências tremendas na casa de Deus. Talvez, você já tenha ouvido sobre as promessas de Deus. Mas você ainda não teve um encontro transformador com o Senhor.
Em terceiro lugar, Deus abençoou Jacó a despeito de ele ainda não ser salvo (Gn 28.10-17). Deus abençoou Jacó dan¬do-lhe companhia, proteção e prosperidade. Deus fez de Jacó um homem próspero: dando-lhe uma grande família e muitos bens. Deus estava cercando a vida de Jacó com bênçãos es¬peciais. Mas Jacó ainda não estava salvo. Da mesma forma, Deus tem nos abençoado. Ele tem nos guardado. Ele tem nos dado o pão de cada dia. Ele tem nos dado a família. Deus tem lhe dado saúde, bens e coração alegre (At 14.17). Mas você já está salvo? Você já teve um encontro profundo com Deus?

Deus confronta Jacó na hora de sua maior angústia
Destaco três fatos aqui:
Em primeiro lugar, Jacó mentiu para o pai, enganou o irmão, mas não conseguiu apagar as chamas de sua própria consciência culpada (Gn 32.10,11). Os anos não conseguiram apagar o drama existencial vivido por Jacó. Sua crise com ainda estava acesa no coração. Agora ele está de volta. Agora precisa encontrar-se com Esaú. O medo lhe vem ao coração. A culpa o assola. Ele que viveu a vida fugindo, precisa agora enfrentar a situação. Ele não pode fugir de si mesmo e, por isso, fica só. Ele tem de olhar no espelho de sua própria alma e contemplar de fato quem ele é: um suplantador.
Em segundo lugar, Deus começou a lutar com Jacó, tomando a iniciativa do combate (Gn 32.24). Deus quer transformar Jacó. Deus não abre mão da vida de Jacó. Deus toma a inicia¬tiva. Ele começa a luta. O encontro de Jacó com Deus não pode ser mais adiado. Ter as bênçãos de Deus não é suficiente. Jacó precisava ter uma experiência pessoal e profunda com o próprio Deus. Mas é Deus Quem toma a iniciativa. Deus não desiste de você. Hoje você precisa atravessar seu Jaboque. Deus está em seu encalço. Ele não abre mão de sua vida. Ele ama você. Ele tem investido em você. Ele tem abençoado sua vida. Mas agora Ele quer o seu coração. Se preciso for, Ele lutará com você para conquistar seu coração, porque Ele não pode abrir mão do direito de ter você.
Em terceiro lugar, Deus não desistiu de Jacó, mesmo quando este se recusou a ceder (Gn 32.24,25). Jacó lutou a noite toda. Ele não queria ceder. Ele não queria entregar os pontos. Ele mediu força com força, poder com poder, destreza com destreza. Jacó era um caso difícil, um coração duro, um homem difícil de se converter. Mas Deus não abandonou Jacó por isso. O mesmo Deus que vinha abençoando Jacó a vida toda, agora luta com ele a noite toda. Deus tem lutado com você também. Deus tem colocado intercessores em seu caminho. Ele tem colocado pregadores diante de você. Você tem escutado muitas vezes a voz de Deus. Não endureça seu coração.
Em quarto lugar, Deus feriu Jacó, a fim de não perdê-lo para sempre (Gn 32.25). Deus deixou Jacó aleijado para que Jacó não fosse condenado por toda a eternidade. Deus foi às últimas conseqüências para salvar Jacó. Deus empregou um método radical. A vocação de Deus é irresistível. Deus em¬pregará todos os meios para salvar você. Se preciso for, Ele tocará em seu corpo e em seus bens para que você se quebrante, para que você se humilhe. A voz de Deus é tremenda. Ela lança chamas de fogo. Ela faz tremer o deserto. Ela despedaça os cedros do Líbano, ela quebra nossas resistências. Deus, às vezes, usa uma enfermidade, um acidente, uma perda impor¬tante. Deus, porém, jamais desiste de salvar aqueles a quem Ele escolheu desde a eternidade.

Deus salva Jacó na hora em que este se humilha (Gn 32.26)
Jacó se agarra a Deus e diz: "Não te deixarei ir, se não me abençoares". Ele tem dinheiro, família e o direito de primogenitura, mas agora ele quer Deus. Sua maior necessidade é de Deus. Jacó sem Deus não é nada. Jacó sem a bênção de Deus é vazio.
Jacó agora tem pressa para ser transformado por Deus. Ele ora com intensidade. Ele ora com senso de urgência. Ele não pode perder a oportunidade. Ele anseia por Deus mais do que por qualquer outra coisa na vida. Quatro fatos merecem ser destacados:
Em primeiro lugar, Jacó chora diante de Deus buscando uma transformação em sua vida (Os 12.4). Jacó agora tem o coração quebrantado. Ele agarra-se a Deus com senso de urgência e com os olhos molhados de lágrimas. Jacó se quebranta, se humilha, chora e reconhece que não pode mais viver sem um encontro profundo e transformador com Deus. Como Pedro, Jacó chora, o choro de seu arrependimento. Ele instou com Deus em lágrimas. Ele pediu a bênção de Deus com pranto. Seus olhos estão molhados, e sua alma se ajoelha diante do Senhor. Por que Jacó chora? O que ele pede com tanta urgência e com tanta sofreguidão? Ele não pede coisas. Ele pede que Deus mude a vida dele. Ele quer Deus e quer vida nova!
Em segundo lugar, Jacó confessa seu pecado e toca no ponto nevrálgico de sua vida (Gn 32.27). Quando Deus lhe perguntou: "Qual é o teu nome?", ele respondeu: "Jacó". Aquela não foi simplesmente uma resposta, mas uma confissão sincera. Jacó não podia ser transformado sem antes reconhecer quem era. Ele não podia ser convertido sem antes sentir convicção de pecado. Ele não podia ser uma nova criatura sem antes reconhecer que era um enganador, um suplantador. A história de Jacó era uma história crivada de engano e mentira. Ele tinha nome de crente, mas ainda não era salvo. Jacó era um patriarca. Ele conhecia a aliança de Deus. Ele tinha as promessas de Deus, mas Jacó não vivia como um filho de Deus. O engano era a marca de sua vida. Seu nome denunciava a sinuosidade de seu caráter. Seu nome era um outdoor de sua conduta repreensível. Mas, agora, ele abre o coração. Ele admite seu pecado. Ele toca no ponto de tensão, no nervo exposto de sua alma. Qual é seu nome? Quem é você? É hora de você depor as armas. É hora de você deixar de resistir ao amor de Deus. E hora de você confessar não apenas o que faz, mas quem você é, a fim de que também seja salvo!
Em terceiro lugar, Jacó prevalece com Deus, vê Deus face a face, e sua vida é salva (Gn 32.30). Até esse tremendo encontro, Deus era apenas o Deus de seu avô, Abraão e de seu pai, Isaque, mas agora Deus passa a ser conhecido como o Deus de Jacó. ]acó tem os olhos de sua alma abertos. Ele vê Deus face a face. Jacó tem seus pecados perdoados, sua alma liberta, seu coração transformado, sua vida salva. Tudo se fez novo na vida de Jacó. Hoje, você também pode ver Deus face a face. Você pode ter o seu Peniel lendo as páginas deste livro. Hoje, esta leitura pode ser seu vau de Jaboque. Deus está bem aí pertinho de você, enquanto lê este livro. Ele é poderoso para mudar sua vida, para transformar seu coração e lhe dar a vida eterna.
Em quarto lugar, Jacó depois de salvo tem um novo futuro: luz e reconciliação (Gn 32.31; 33.4). Depois de ter vivido uma vida inteira de trevas, o sol nasceu para Jacó. A luz brilhou no caminho de Jacó. As trevas ficaram para trás. Tudo se fez novo na vida dele: um novo coração, uma nova mente, uma nova vida. Ele saiu manquejando, mas sua alma estava livre! Esaú deve ter lhe perguntado: "Por que você está manquejando Jacó?". Ele deve ter respondido: "Ah, meu irmão, Deus me salvou. Hoje eu sou um novo homem, tenho uma nova vida! Aquele velho Jacó morreu, e foi sepultado no vau de Jaboque. Agora sou uma nova criatura. O sol nasceu para mim!". Deus transformou o ódio de Esaú em amor; o medo de Jacó, em alegria. Aquele encontro temido, que acenava uma briga, uma contenda, uma guerra, transformou-se numa cena de choro, abraços, beijos e reconciliação. Deus transforma nossa vida completamente. Ele nos reconcilia com nossos inimigos. Ele alivia nosso coração da culpa e do medo!
Você está atravessando também seu vau de Jaboque. Como você atravessará esse rio? Fugindo? Resistindo ao amor de Deus? Não prossiga mais nesse caminho. Pare de fugir. Fique só em seu vau de Jaboque. Deus tem um encontro marcado com você. Ele convida você a render-se a Ele. Agarre-se ao Senhor, pedindo a Ele, em lágrimas, que transforme sua vida. Deus não desiste de amar você. Ele está em seu encalço. Ê melhor que você não demore, pois pode ser que ainda fique manco!

(capítulo 8 do livro QUATRO HOMENS, UM DESTINO - Hernandes Dias Lopes)

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